13.1.11

Mon Petit Paradise

Por fim, deitou a expressividade castanha de sua íris em meus olhos admirando talvez o pouco de racionalidade que teimosamente sustantava-me. Desejava-me... desejava-lhe... desejavamo-nos em silêncio. Amanhecia quando a sofreguidão de seu alento misturou-se ao meu. A sede enebriante que ela carregava em seus lábios consumia-me com a lascívia de quem peca por vontade... e maquiavélicamente. Beijavamo-nos devagar, saboreando uma a outra sem qualquer vestígio de finalidade. Em sua língua minha embriagues aflorava aos poucos, de tal sorte, que o corpo que um dia me pertenceu agora destinava-se a outro... ao dela. Suas mãos deslizavam sem pressa sobre o tecido que me encobria equanto a boca convencia-me a não oferecer qualquer tipo de resistência. Minhas mãos vagarosamente percorriam a parca nudez exposta em seu pescoço entrelaçando-se cuidadosamente aos longos fios de cabelo. Desejava tê-la em mim. Nossos instintos acariciavam-se lenta e voluptuosamente... o começo do fim... a efemeridade de um deleite adormecido... sem mais por hora.


Seria verdade...?