17.9.07

Por isso...

Aos que acompanham minhas palavras

1) Nem sempre escrevo sobre o hoje exatamente hoje – nem sempre escrevo sobre o meu hoje. Hoje pode durar um dia inteiro, uma vida inteira, alguns segundos ou nada disso. Por isso não me cobre coerência.

2) Ofertei a mim mesma o direito de escolher ter vários caminhos para um mesmo objetivo. Não sei, e possivelmente nunca saberei qual o certo. Mas posso afirmar que existe o sincero desejo de descobrir. Não me cobre coerência.

3) Eu sei contar piada – sei até mais de uma sabia? Por isso se você topar comigo pessoalmente e lembrar-se desse blog, não me cobre coerência.

4) Por fim, contradição é a mais antiga das artes, por isso não me cobre coerência.

16.9.07

Sentimentos de carne e osso

A condição era existir até o presente momento, apenas existir diante dos meus sentidos. Isso me bastava, me inspirava, me aquietava. Por muitos anos segui o lema da “superficialidade das coisas abrolhando profundos pensamentos”. E como escritora frustrada era feliz assim (acho), mas como mulher não.

Meu atrevimento humano, cada vez mais insolente, aos brados declarou guerra. Sinto o calor de o seu alento ecoar acompanhando os versos de soberbo desespero. Percebo que minha alma quer profundidade também nas coisas. Não quer mais interpretar, quer sentir. É como se agora ela precisasse disso como, talvez, jamais necessitei.

Ambiciono um tipo diferente de inspiração vital - tipo que ainda desconheço, mas sei de onde pode vir.




Preciso caminhar com mais freqüência entre gente de verdade - por dentro e por fora delas. Preciso de sentimentos de carne e osso.

13.9.07

Solteiro



Acima das acepções que essa palavra possui, solteiro(a) me remete a “solto”. Descompromissado, desgarrado e a maioria das assertivas que fazem referência a liberdade.

“Solteiro” não faz alusão à solidão em meu contexto e por isso, talvez, não me apegue com tanta facilidade – haja vista que tal palavrinha teima em traduzir algo positivo.

Refletindo um pouco mais sobre o tema, cheguei à conclusão óbvia de que posso ser mal interpretada por pensar dessa forma – aliás, sou mal interpretada por isso.

Os que associam a palavra à promiscuidade me apontam – o que é engraçado uma vez que a interpretação deles não é a minha (sendo assim, quem é o promíscuo afinal?). Uma pena que me vejam dessa forma, uma pena mesmo.

O fato, é que eu não entraria num relacionamento sem um mínimo de amor atualmente. Se para algumas pessoas eu sou um dos seres mais frios, complexos, insensíveis e por que não dizer, "indiferentes da face da Terra" devido a isso... Paciência.



(calma, o conto das 3 Marias tem continuidade sim)


9.9.07

Ela, eu, nós.



Existem, pelo menos, duas mulheres alicerçando esta que agora redige aos senhores. Uma conta as histórias, a outra as vivencia – mas nem sempre.

Antes que pensem, não se trata de um caso de múltiplas personalidades ou de um enredo medíocre para filme de terror barato. Elas, as tais, não me fogem a consciência. Elas se reconhecem, eu as reconheço, todas são uma só, sou eu.

[Confuso?]

Seria um caso de natureza versus comportamento, id versus superego? Intrigante.

Por fim, a quantidade é irrelevante. A razão que me motiva a registrar essa “consciência” reside nas características das mulheres que possuo - e posso ser. Ter várias mulheres dentro de si é fácil, difícil é manter-se “pessoa coerente” com tanta disparidade.

Felizmente, aos poucos percebo maneiras para diminuir a dessemelhança entre uma e outra. Quem sabe um dia meu discurso fique mais coerente, preciso e homogêneo...



Será que algum ser humano é capaz disso?