29.8.07

Comentário



Não é impressão, eu mudei de assunto e larguei o conto no bolso.
[Não estava mais espontâneo.]
Quem sabe um dia ;)

Bonjour.


Indicação - só me remete aos papos das meninas da faculdade: surreais, mas divertidíssimos:
www.patifariatotal.blogger.com.br

Saramago

"Então deixe-se ficar comigo, que me sinto a flutuar, como se não tivesse a certeza de ser o que julgo ser,
Às vezes penso que talvez fosse preferível não sabermos quem somos..."

(José Saramago - A caverna)



http://sabotagem.revolt.org/sites/sabotagem/files/saramago_a_caverna.pdf.

27.8.07

Alegría

Cirque Du Soleil "Alegría"
Ontem a noite, nada de sono, ligo a tv no fantástico e deparo com uma parte da apresentação de "Alegría" do Cirque du Soleil. Após um rompante de emoção e total "abobalhamento", concluo: é tão lindo que até os palhaços me fariam chorar.

Alguém me convida pro Rio de Janeiro?

24.8.07

O Conto - I parte

[Num café próximo...]


Com sofreguidão estava sua mão esquerda a tatear em busca de um lenço ou algo parecido. Não encontrou. Teria que embrenhar-se naquele entrave sem disfarce, concluiu. Era preciso sair da aglomeração antes que suas reservas desfalecessem.

Imersa em angústia, mal calcula o susto: eu estava a poucos metros, atônita, vendo tudo. Justo quem não deveria, quem jamais poderia - por ser uma das poucas pessoas que sabe, ainda, ler suas emoções - estava ali diante daqueles fortes olhos avermelhados – quase secos tamanha a determinação em não lacrimejar. Imagino o que se passou dentro daquele corpo naquele segundo.

Tomou a bolsa nas mãos como quem toma uma bóia no meio do oceano, cerrou os olhos, despediu-se de um amigo em comum que a acompanhava, pagou o café e saiu dissimulando altivez - exatamente nessa ordem.


[Uma última olhada em minha direção antes de deixar o espaço. Deu de ombros.]


Felipe, o amigo em comum, me arrancou do choque ao pousar a mão sobre meu braço – sequer percebi sua aproximação. Nos falamos brevemente, comprei meus cigarros e fui embora. Saí dali tão zonza que, acredito, devo ter sido guiada por forças maiores para não cair da passarela ou ser atropelada a caminho da faculdade. Estava absorta na primeira frase dita pelo moço:

_ “...Falávamos sobre você ainda a pouco”.



(...)

21.8.07

Conversa comigo mesma

Engraçado como alguns momentos parecem eternidades e algumas eternidades tornam-se efêmeras em frações de segundo. Em horas assim me vem um desejo de jogar tudo pro alto e entrar em qualquer um dos livros de minha vida.

[ler: meus livros favoritos]

Continuando – ainda que não pareça. É egoísmo demais querer escrever uma história com uma pessoa íntegra? Tudo bem, eu não sou o melhor exemplo de integridade do mercado, mas será que ninguém que tenta acertar erra nesse planeta?

É demais querer ter filhos, um cachorro (ta bom, dois), um teto, alguns livros e um colo quentinho onde posso aninhar meu corpo depois de um dia cansativo de trabalho? É demais desejar um comercial de margarina?

[Reduzindo a indignação]

Ok... Talvez ainda não tenha nada disso porque, de alguma maneira, ainda temo a situação.

[Ler: afasto o comercial de margarina]

Ou talvez não seja o momento, afinal um "olímpico" trajeto a percorrer antes de trazer essa aspiração à realidade me aguarda... Talvez comerciais de margarina sejam apenas comerciais de margarina, não a realidade (Meu Deus o que estou dizendo?!).

Enfim...

Ai poxa!

To precisando de um colo =~~~


Felizmente amanhã isso passa.
Acho bom passar mesmo!

19.8.07

Presente





Às vezes acho que a vida deveria perguntar se estou preparada para certos tipos de surpresas.

[Claro, não se pergunta esse tipo de coisa quando se quer surpreender, é uma espécie de regra para consolidar “o ápice do deslumbramento desprevenido”. Mesmo assim penso que a tal perguntinha cairia bem em dados momentos.]

Esse mês me trouxe duas surpresas - válidas, mas não muito boas - e um presente. O presente me foi dado ontem através de um sincero eu te amo. Não o eu te amo clássico que visa algo, mas sim, o eu te amo puro que quer apenas ser expresso como forma máxima de carinho. O eu te amo que não desconfio; o fraternal. É bom se sentir amada dessa forma por uma pessoa amiga. Não tem preço.

Obrigada por tudo.

16.8.07

"Papinhos Cabeça"


O que significa um relacionamento afinal?


Até hoje, para mim, significava responsabilidade. Calma, não é esse tipo de responsabilidade que se imagina. Eu me responsabilizava pela relação inteira inclusive pela parte que não me cabia: a do outro. Tomava como minhas as responsabilidades do outro, os erros e escolhas do outro. Sabia que isso era errado, mas não sei por que carga d’água continuava a me responsabilizar.


Hoje conversando com minha terapeuta sobre o assunto, passei a me dar conta de que uma relação se estabelece conscientemente. Ainda que possua mesclas de fantasia, a relação é visível à consciência - óbvio, mas como disse antes, só me dei conta do que isso realmente significa hoje.


E o que isso quer dizer?


Se alguém escolhe estar ao teu lado é porque deseja estar (ao menos que tenhas forçado através de alguma ameaça - o que definitivamente não é o caso).
Por isso, não aceite quando alguém tentar jogar sobre ti a responsabilidade do “não suprimento das expectativas”.

O outro criou expectativas porque quis e tu não tens obrigação nenhuma de fazer com que as mesmas sejam preenchidas e vice-versa. A culpa da fantasia é de quem cria, não sua (salvo se vc for a criadora).


Vivendo e aprendendo.

12.8.07

A raposa.



Andando, o principezinho encontrou um jardim cheio de rosas.
Contemplou-as... Eram todas iguais à sua flor.
E deitado na relva, ele chorou......
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
- Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... Cativa-me! Disse ela.


Eu não consigo ficar sem lágrimas nos olhos quando leio essa parte.
Acho que tenho um "q" de raposa.

9.8.07

Agridoce




[O Incógnito]

Ele contextualizou, mas como era de se esperar recusei. Era o que eu podia dar na época? Não faço idéia até hoje. Simplesmente recusei – meus argumentos eram mais plausíveis. Ponderei e dei de ombros.

Covardia ou ponderação? Deixo a critério. Sabia que essas senhoras andam em círculos? Eu não, mas aprendi – o tempo é um ótimo catedrático quando o assunto é “mostrar a cada um a capacidade quase inerente de mascarar coisas”.

Os anos passaram em nuvens brancas quando nos reencontramos – maldita circunferência. Lá estava o senhor Incógnito me tomando outra vez. O tema ainda era o mesmo, mas o argumento mudou...

[Pensamento final: Por que não ouvi-lo?]

Enfim, segui a diante com o senhor sinistro e deparei com um conceito novo: o amor.

[Lá vamos nós outra vez]

Meu primeiro amor foi agridoce. Nem um extremo nem outro. Apenas agridoce – disso eu lembro bem, porque esta característica o tornou singular. E que mérito existe em ser agridoce? Nenhum digno de nota – excetuando-se claro minha preferência, a partir daí, por pessoas assim.

Recapitulando minha vida afetiva, posso dizer que tive muita sorte. Todas as pessoas com as quais fiz história foram fantástica e singularmente agridoces.

[Ode aos Agridoces!]




Um dia explico o que é ser agridoce.