28.4.07

Não resisti

O Globo Brasilia:

Câmara se queixa do "Casseta & Planeta".

Pressionada por deputados, a Procuradoria da Câmara vai reclamar junto à Rede Globo pelas alusões feitas no programa "Casseta & Planeta" exibido terça-feira passada.
Os parlamentares reclamaram especialmente do quadro em que foram chamados de "deputados de programa". Nele, uma prostituta fica indignada quando lhe perguntam se é deputada.
O quadro em que são vacinados contra a "febre afurtosa" também provocou constrangimento.
Na noite de quarta-feira, um grupo de deputados esteve na Procuradoria da Câmara para assistir à fita do programa. Segundo o procurador Ricardo Izar (PMDB-SP), duas parlamentares choraram.
Izar se encontrará segunda-feira com representantes da emissora, para tentar um acordo, antes de recorrer à Justiça.
O presidente da Câmara também se disse indignado: - O programa passou dos limites. Eles têm talento suficiente para fazer graça sem desqualificar a instituição, que garante a liberdade para que façam graça.
O diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger, disse que a rede só se pronuncia sobre ações judiciais, depois de serem efetivadas.
Os humoristas do Casseta & Planeta não quiseram falar sobre o assunto, dizendo não querer "dar importância à concorrência".



NOTA DE ESCLARECIMENTO.

“Foi com surpresa que, nós, integrantes do Grupo CASSETA & PLANETA, tomamos conhecimento, através da imprensa, da intenção do presidente da Câmara dos Deputados de nos processar por causa de uma piada veiculada em nosso programa de televisão”. Em vista disso, gostaríamos de esclarecer alguns pontos:


1. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender deputados ou prostitutas. O objetivo da piada era somente de comparar duas categorias profissionais que aceitam dinheiro para mudar de posição.

2. Não vemos nenhum problema em ceder um espaço para o direito de resposta dos deputados. Pelo contrário, consideramos o quadro muito adequado e condizente com a linha do programa.

3. Casos se decidam pelo direito de resposta, informamos que nossas gravações ocorrem às segundas-feiras, o que obrigará os nobres deputados a "interromperem seus descansos".




E ai, vai reclamar ainda?

22.4.07

Passando


Nessas quatro últimas semanas andei realizando proezas intrigantes. Fui a lugares que detesto, mas adorei um dia, e fiz coisas insignificantes só para ver até onde minha atual condição se consolidou.
Nenhuma surpresa.
Continuo abominando rs.

A vida passa e as coisas mudam. Idéias que pareciam atraentes, hoje soam inconseqüentes e imaturas – além de deploráveis e sem sentido. Comportamentos consagrados, que de certa forma me caracterizaram por um bom tempo, hoje são motivos de confusão, milhares de justificativas, asco e peso na consciência.

Sim, o tempo passa e nós mudamos – ainda que poucos acreditem nisso. Não vejo mais graça em muita coisa, não relevo tantas outras - como faria facilmente em outros tempos. Não me felicito com banalidades, não me preocupo em ser simpática (apesar de odiar magoar), ando muito mais crítica a cada ano e o mais engraçado de tudo: voltar atrás parece incoerente.

Claro, pago um preço por isso – afinal tudo tem um preço – mas é algo que não me dói, diria que é um valor razoável no fim das contas. E que preço? Bom, em contraste com tantas “modificações felizes” eu também nunca fui tão questionada sobre a minha solidão – quantitativa solidão. Ás vezes tenho medo de perder pessoas especiais por priorizar outras coisas – mesmo sabendo que as pessoas especiais não irão embora.

Não existe mais a “senhorita popularidade” que um dia fiz questão de ser. Já não tenho qualquer prazer em desempenhar esse papel como antes. Não quero ser desejada senão por minhas idéias e nada além delas. Não faço questão de estar cercada por qualquer outra pessoa além daqueles que amo.

Pode parecer estranho, mas há algum tempo vive sob minha pele uma mulher que se assusta com multidões, que prefere o anonimato à notoriedade, que não suporta a idéia de ser objeto de cobiça para outras pessoas, que não mais se deleita com o deslumbramento das luzes da cidade... que olha o passado e acha medíocre ter se portado de uma maneira tão fútil e desajustada.

[Certo, era o que eu podia dar na época, reconheço.]

Enfim, nesse último mês eu fiz um levantamento “in locus” naqueles que foram meus palcos, vesti as fantasias de antigamente e nem mesmo o inebriar alcoólico me fez gostar do espetáculo. Aquela mistura de aromas, de vazios, sons, máscaras e maquiagem me causou náuseas... eu não consegui entender como um dia fui tão feliz ali, ou como alguém, ainda, pode ser.

6.4.07

Beleza


Eu gosto da beleza, diria até que a mesma é imprescindível e inspiradora. Mas quando falo que daquilo que é belo, não me refiro a superficialidade dos ditames de terceiros. A beleza que aprecio é restrita, única e carregada de valores pessoais e subjetivos. Refiro-me a uma gama bem mais extensa, bem mais coerente, bem mais minha. A beleza é relativa, ou melhor, "as belezas" assim o são, já que se apresentam de vários tipos e formas... e isso é lindo.

Existe o belo na canção, o belo na poesia, o belo nas formas, o belo de uma paisagem, de um nascer e pôr-do-sol, o belo numa situação simples, o belo num sonho, o belo do conhecer, o belo do cotidiano, o belo numa lágrima, o belo na sensualidade, o belo no que - ou em quem - se ama, enfim, todos sabem disso.

Eu faço parte do grupo que admira as belezas que pouquíssimas pessoas "veriam graça". Uma breve referência aos meus tipos favoritos: a beleza na relatividade, no aprender e no conviver com adversidades, a beleza das diferenças, do desconhecido, da abstração, do difícil e por ai vai.

Enfim, são muitas as formas. Concordo em parte quando afirmam "que o mundo aprecia o que se vê logo de cara, não o que se enxerga", contexto, aliás, que me soa lamentável - talvez porque a maneira como observo as coisas, diferente desta, leve mais tempo e exija dedicação. Mas não critico os que observam a vida pela superfície e se limitam a alguns tipos de beleza. "Cada um com seu cada qual" como diria meu avô.



Qual a beleza que te agrada?