A condição era existir até o presente momento, apenas existir diante dos meus sentidos. Isso me bastava, me inspirava, me aquietava. Por muitos anos segui o lema da “superficialidade das coisas abrolhando profundos pensamentos”. E como escritora frustrada era feliz assim (acho), mas como mulher não.
Meu atrevimento humano, cada vez mais insolente, aos brados declarou guerra. Sinto o calor de o seu alento ecoar acompanhando os versos de soberbo desespero. Percebo que minha alma quer profundidade também nas coisas. Não quer mais interpretar, quer sentir. É como se agora ela precisasse disso como, talvez, jamais necessitei.
Ambiciono um tipo diferente de inspiração vital - tipo que ainda desconheço, mas sei de onde pode vir.
Preciso caminhar com mais freqüência entre gente de verdade - por dentro e por fora delas. Preciso de sentimentos de carne e osso.