5.3.07

A saber



Acho que finalmente tomei por favorito um personagem nas crônicas Riceanas. Lestat? Não, não, meu personagem ainda não é protagonista de um livro inteiro – protesto muito por isso inclusive. Marius, o romano: eis a figura dramática mais apaixonante em minha opinião.

Invejo sua imortalidade, pois partilho de uma de suas sedes, contudo, diferente do vampiro, não comungo do tempo nem da liberdade necessária para supri-la totalmente. E que sede seria? Bem, tenho olhos e alma famintos. A necessidade de conhecer, compreender e apreender o mundo é algo que grita sob minha íris. E o desejo de vivencia-lo e sugá-lo até uma possível overdose me é inerente à alma. Marius, segundo a crônica, partilha de algo parecido – por isso a minha alusão venerável.

No livro, Rice descreve que o mesmo caminha entre os homens desde o império Romano até os dias de hoje... agora respirem e reflitam as possibilidades. Imaginem a quantidade de conhecimento que esse ser agregou ao longo dos séculos, os lugares a que teve acesso, as diferentes culturas e saberes que presenciou? Que possibilidade extraordinária seria! Sim, eu o invejo muito neste ponto – e apenas neste.

Mas enfim, como não sou imortal – ao menos meu corpo não o é – faço de minha condição humana uma justificativa mais do que plausível para dedicar-me continuamente à satisfação de minha sede. Que venham então os livros para alimentar meus olhos e imaginação enquanto ainda não posso banquetear, de todo, minha "sedenta" alma.



Para saber mais sobre “Marius” sugiro O Vampiro Lestat, de Anne Rice ou A Rainha dos Condenados (que também faz alusão ao mesmo).