Sonhei com o teu quintal
coberto de ramagens
ofertando maçãs negras
e de repente senti
o meu coração estrangeiro.
Longe do meu tempo
à revelia dos sonhos,
levei adiante o destino,
fui a Damasco e Chipre
'Sem chorar os mortos'.
Depois voltei sozinha
num barco de quilha azul
sobre águas de marfim
só para ver no inverno
rios chegarem ao mar.
Enfim, no longe surgiu
uma casa de teto alto
com muros rastejando
entre flores douradas:
era o pouso do acaso.
Só não fui ao teu quintal... tive medo.
(Deborah Brennand - Maçãs Negras)
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