3.2.07

Lirismo Melancólico


Era noite quando ela tomou a cadeira e sentou-se procurando os meus olhos – de dentro para fora. Queria uma decisão racional, claro, como sempre. O eu que pensara afinal? Não, eu não podia continuar com esse arrebatamento vazio. Era preciso procurar uma outra janela, mais uma vez. A janela da compreensão, do desprendimento, do que me propus a fazer. Ficar só, sem sonhos externos, sem rompantes alheios e feliz.

Lição do ensaio? Nem sempre a vida se apresenta em conformidade com nossos desejos. E o fato só se torna funesto quando nos prendemos a ilusão de que nosso o egoísmo é um desejo justo. Justo? Como reclamar de injustiças sendo algoz? Coerência certo? Desprender-se não dói quando se quer bem de fato.

_ "Tudo ao seu tempo!" Disse ela quase explodindo por se conter durante 15 segundos. Deus, como é impertinente essa minha ela querida!



Nem tudo acontece como gostaríamos, mas como é bom quando somos presenteados. Agradeço a singela apresentação, assim como ao lirismo levemente melancólico em tuas sentenças – não menos belo e abençoado do que os demais temas, contudo.

Diria que neste caso, foi mais rico e significativo do que eles.